Notícias Notícias

Voltar

Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2024

“CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA-ESTRUTURAL NO LIMITE ENTRE OS DOMÍNIOS ALTO MOXOTÓ E ALTO PAJEÚ (REGIÃO DE BETÂNIA E CUSTÓDIA-PE), PROVÍNCIA BORBOREMA, NE DO BRASIL”

Programa de Pós-Graduação em Geociências – CTG/UFPE

 

Defesa de Tese de Doutorado n.º 3 em 2024

 

Aluno(a): Rafaela Henrique Mendes França

 

Orientador(a): Dr. Sérgio Pacheco Neves

 

Coorientador(a): -

 

Título: “CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA-ESTRUTURAL NO LIMITE ENTRE OS DOMÍNIOS ALTO MOXOTÓ E ALTO PAJEÚ (REGIÃO DE BETÂNIA E CUSTÓDIA-PE), PROVÍNCIA BORBOREMA, NE DO BRASIL”

 

Data: 09/05/2024

 

Horário: 14h

 

Local: videoconferência através do Google Meet: https://meet.google.com/owu-dvwj-gto

 

Banca Examinadora:

 

Presidente:

 

Dr. Sérgio Pacheco Neves (Orientador)

 

Titulares:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Adalene Moreira Silva (UnB)

2.º Examinador(a): Dr.ª Cícera Neysi de Almeida (UFRJ)

3.º Examinador(a): Dr. Gorki Mariano (PPGEOC/CTG/UFPE)

4.º Examinador(a): Dr. Ignez de Pinho Guimarães (PPGEOC/CTG/UFPE)

5.º Examinador(a): Dr.ª Maria de Lourdes da Silva Rosa (UFS)

 

Suplentes:

 

1.º Examinador(a): Dr.ª Valderez Pinto Ferreira (PPGEOC/CTG/UFPE)

2.º Examinador(a): Dr.ª Roberta Galba Brasilino (CPRM)

 

Resumo:

 

Os principais domínios tectônicos reconhecidos na Província Borborema (PB) são separados por extensas zonas de cisalhamento transcorrentes. Duas zonas de cisalhamento E-W destrais formam os principais lineamentos geofísicos que dividem a PB em três subprovíncias: Norte, Central e Sul. Na Subprovíncia Central (SC), o Domínio Alto Pajeú (DAP) difere dos demais por ser dominado por rochas vulcanossedimentares e granitos (agora ortognaisses) formados no cedo-Neoproterozoico, enquanto o Domínio Alto Moxotó (DAM) é dominantemente composto por gnaisses paleoproterozoicos e sequências supracrustais. O limite entre estes domínios, para alguns autores, é representado pela zona de cisalhamento sinistral Afogados da Ingazeira, enquanto para outros, é representado por uma zona de cisalhamento contracional, denominada nappe Serra de Jabitacá. Objetivando uma melhor compreensão do limite entre os domínios DAM e DAP, foram analisados dados aerogeofísicos, realizadas seções geológicas transversais para se obter dados estruturais, e coletadas amostras para estudos petrográficos, geoquímicos e geocronológicos. Caracterizando as estruturas que limitam estes domínios adjacentes, comparando e contrastando sua evolução tectonometamórfica, foi possível discutir se o nappe Serra de Jabitacá representa o limite entre os domínios, ou se a zona de cisalhamento Afogados da Ingazeira (ZCAI) ou outra estrutura, ainda não caracterizada, seriam melhores opções, discutindo assim também acerca da evolução tectônica da SC. A área de estudo compreende as folhas Betânia e Custódia, cartografas na escala 1:100.000 pelo Serviço Geológico do Brasil. As seguintes unidades foram mapeadas: (I) Ortognaisses arqueanos graníticos a granodioríticos, localmente com lentes anfibolíticas, interpretados como litotipos representantes do Complexo Mulungu-Feliciano. Uma amostra datada forneceu idade U-Pb em zircão de 2.679 ± 27Ma, interpretada como idade de cristalização do protólito, e intercepto inferior em 1.985 ± 22Ma, interpretado como idade de metamorfismo. (II) e (III) Ortognaisses granodioríticos a monzograníticos datados como paleoproterozoicos pela literatura, incluídos nos complexos Cabaceiras (II) e Serra de Jabitacá (III). (IV) Augen gnaisses monzograníticos a granodioríticos das suítes intrusivas Riacho do Navio e Riacho do Forno. (V) Meta-hornblendito da suíte Serrote das Pedras Pretas. (VI) Rochas metassedimentares (xistos, paragnaisses, quartzitos e mármores intercalados). (VI-IX) Plútons Brasilianos, incluindo monzogranitos milonitizados do plúton de Varzinha (VI), biotita anfibólio monzogranitos a granodioritos do stock de Betânia (VII); biotita anfibólio monzogranitos cálcio-alcalinos do batólito de Remédios (VIII), e o leucogranito Custódia (IX). Os dados desta pesquisa não suportam a existência de uma zona de cisalhamento contracional na região reportada pela bibliografia, e seu traçado coincide com a zona de cisalhamento sinistral Conceição (ZCC). Um mesmo comportamento estrutural é observado a leste e a oeste da ZCC, com a maioria das medidas de foliação, regionais ou miloníticas, com atitude NE-SW/NW. Além disso, também é observado um mesmo comportamento estrutural dos lineamentos obtidos por aerogeofísica e sensoriamento remoto, mesmo grau metamórfico das amostras ao longo das faixas miloníticas (400-500 ºC) e metamorfismo regional semelhante, com feições microestruturais e associação metamórfica típica de deformação a temperaturas relativamente baixas. De um modo geral, também não há diferenças geoquímicas extremas dentre os ortognaisses e plútons brasilianos mapeados em ambos os lados da ZCC. As unidades são, em sua maioria, cálcio-alcalinas, magnesianas e fracamente peraluminosas, e seus padrões de ETR são bastante análogos. As características descritas acima e a falta de evidências de retrabalhamento, indicam que os blocos crustais separados pela ZCC possuem características semelhantes, e que a mesma não pode ser considerada como um limite de terrenos.

 

Palavras-chave: Evolução crustal; Domínio Alto Moxotó; Domínio Alto Pajeú